16 de dez. de 2010

RESUMO DOS TRABALHOS PREMIADOS NO CBCAV - NEUROCIRURGIA

SEGUNDO LUGAR

Traumatismo cranioencefálico em um gato e 28 cães atendidos em um Hospital Veterinário . Estudo prospectivo
Craniocerebral trauma in 28 dogs and one cat seen at one Veterinary Hospital. Prospective study.

AUTORES:VIANNA, C.G.1; BAHR ARIAS, M.V.2

1 Graduanda do curso de Medicina Veterinária da Universidade Estadual de Londrina, bolsista PIBIC – UEL/CNPq
2 Prof.ª Associada do Departamento de Clínicas Veterinárias da Universidade Estadual de Londrina.

O traumatismo craniano (TCE) em cães e gatos é frequente na rotina clínica veterinária e na maior parte dos casos é decorrente de atropelamentos ou agressões. As lesões do tecido nervoso observadas neste tipo de trauma podem ser classificadas como primária quando decorrentes da força agressora no momento do traumatismo ou secundária quando diversos processos bioquímicos são deflagrados pela lesão primária culminando em lesão neuronal progressiva, o que reduz a pressão de perfusão cerebral e exacerba a hipóxia celular. O volume do cérebro pode então aumentar, possibilitando a ocorrência de herniação cerebral e óbito. O tratamento visa reverter o choque e evitar ou diminuir as lesões secundárias ao sistema nervoso e manter a perfusão cerebral adequada, existindo ainda poucos procedimentos e medicamentos eficazes com estas funções. O objetivo deste trabalho foi realizar o estudo epidemiológico e o acompanhamento intensivo dos casos atendidos, verificando a espécie, idade, sexo, peso, causa, tempo entre trauma e atendimento, medicações utilizadas por veterinários e proprietários antes do atendimento, local mais comum de lesão encefálica, escala de coma inicial, glicemia no momento do atendimento, presença de lesões concomitantes e evolução do caso. O trabalho foi desenvolvido através do acompanhamento dos pacientes atendidos no Hospital Veterinário (HV) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) no período de 09/2008 a 04/2010, devido à ocorrência de traumatismo cranioencefálico. O tratamento incluiu principalmente a manutenção da volemia, a oxigenação do paciente e a elevação da cabeça a 30º. Manitol foi utilizado de acordo com os sinais clínicos e antibióticos foram utilizados quando haviam lesões penetrantes. Realizou-se ainda manejo adequado do paciente em decúbito, como limpeza, nutrição adequada e fisioterapia. Foi realizada avaliação diária dos parâmetros fisiológicos e do sistema nervoso desses animais, preenchendo-se uma ficha constando parâmetros clínicos, neurológicos, incluindo a pontuação na Escala de Coma Glasgow modificada, e exames complementares como glicemia. A avaliação final da funcionalidade dos pacientes como animais de estimação foi realizada da seguinte maneira: 1) disfunção severa - não interage quando chamado, incontinência urinária ou fecal, não ingere água e comida sem ajuda; 2) disfunção moderada – interage em alguns momentos, avisa para necessidades fisiológicas mas não se ergue, consegue ingerir água e alimentos sozinho; 3) disfunção leve – interage, ingere água e alimentos voluntariamente, realiza necessidades fisiológicas sem auxílio e em local correto e se movimenta, mas com dificuldade ou sequelas leves (exemplo head tilt, quedas). Foi considerado estado vegetativo quando os pacientes permaneceram inconscientes, porém com funções vitais intactas.
A maior ocorrência de TCE foi na espécie canina, com peso menor que 5 Kg e idade menor que cinco anos, porém estes fatores não interferiram na sobrevivência ou óbito. As principais causas de TCE foram atropelamentos e pancadas por objetos, sendo a maioria dos pacientes trazida para atendimento até 8 horas após o trauma, porém este fator, assim como a administração prévia de medicamentos não influenciou na sobrevivência dos pacientes. O tronco encefálico foi a porção mais acometida do encéfalo, havendo diferença significativa entre o número de animais sobreviventes considerando-se este fator. Hiperglicemia pós-traumática foi observada em 17 animais, mas este parâmetro não interferiu na taxa de sobrevivência. Foi observado maior número de óbitos em animais que apresentaram prognóstico moderado a grave na escala de coma de Glasgow modificada no atendimento inicial. A escala de coma modificada foi uma maneira objetiva de avaliar a gravidade do estado neurológico após o trauma, a severidade da lesão encefálica, a eficácia do manejo quando usada sequencialmente durante o tratamento e a probabilidade de sobrevivência, conforme citado em literatura. Quanto ao tratamento, foi utilizado manitol em 18 animais; sendo que destes 11 pacientes sobreviveram e sete foram à óbito. Dos 29 casos acompanhados, 14 pacientes sobreviveram, com recuperação total em nove e disfunção motora leve em cinco. Entre os 15 animais que não sobreviveram 13 foram à óbito por estarem em estado grave ou com disfunção severa que dificultaram a sobrevivência do animal. Em dois animais foi realizada eutanásia por estarem em estado vegetativo e não atenderem as expectativas dos proprietários como animais de estimação. Sugere-se a avaliação da funcionalidade dos pacientes como animais de estimação após a alta, pois sobrevivência após o trauma não necessariamente é um parâmetro que satisfaz ao proprietário. O número de sobreviventes foi menor do que o número de óbitos, pois a gravidade das sequelas do TCE nos animais de estimação é grande, existindo muitas limitações do tratamento na veterinária, como a realização de monitoração intensiva invasiva, incluindo monitoração da Pressão Intracraniana e uso de diagnóstico por imagem na emergência. Entretanto a abordagem e tratamento realizados neste trabalho foram úteis em vários casos, mesmo em animais com escala de coma inicial moderada e grave.

15 de dez. de 2010

RESUMO DOS TRABALHOS PREMIADOS NO CBCAV - NEUROCIRURGIA

PRIMEIRO LUGAR

Tratamento cirúrgico de meningoencefalocele congênita em cão – relato de caso
Surgical treatment of a canine congenital meningoencephalocele – case report


AUTORES:
ARAÚJO, B.M.1; SANTOS, C.R.O.2; SILVA JUNIOR, V.A.3; AZEVEDO, M.S4;
SILVA, A.C.4; FIGUEIREDO, M.L.5; TUDURY, E.A.6

1 Médico Veterinário (MV), Residente, UFRPE.
2 Graduanda em Medicina Veterinária, UFRPE;
3 MV, Professor, UFRPE;
4 MV, Mestranda, UFRPE;
5 MV, Doutoranda, DMV/UFRPE;
6 MV, Professor Associado II, UFRPE.


Meningoencefalocele é a protrusão do tecido encefálico e das meninges através de um defeito ósseo do crânio. Diretrizes para o tratamento ideal em cães não estão disponíveis, sendo o tratamento desta afecção adaptado da literatura humana, que recomenda a excisão cirúrgica do tecido herniado e o fechamento da dura-máter. O presente trabalho relata o procedimento cirúrgico de correção de meningoencefalocele congênita em uma cadela, Maltês, com dois meses de idade. Com o animal em decúbito esternal, cabeça elevada e fixa, mantendo-se alta a taxa de oxigenação e baixos níveis de CO2 e se evitando a compressão das veias jugulares, foi realizada incisão da pele com bisturi, através da qual foi feita a divulsão com tesoura de Metzembaum para expor e descolar do subcutâneo a dura-máter. Em seguida, por punção subdural, foram drenados dois mililitros de LCR de aspecto hemorrágico. Logo após, através da realização da durotomia, feita inicialmente com agulha hipodérmica 25x7 e concluída com tesoura oftálmica, foi exposto o tecido encefálico herniado. Para remoção deste, foi realizada uma ligadura em massa na base do mesmo, ao nível do defeito ósseo, com fio poliglecaprone e excisão do tecido sobressalente com tesoura oftálmica, sendo em seguida, realizada a hemostasia dos vasos cerebrais com eletro bisturi bipolar. Na síntese, suturou-se a dura-máter com poliglecaprone em pontos de Sultán, cobrindo-se as meninges mediante a sutura da musculatura temporal com pontos de Wolff. Na rafia cutânea, realizou-se remoção do excesso de pele, aproximação do tecido subcutâneo com sutura “zigue-zag”, todos com fio poliglecaprone e sutura da pele com fio de nylon em padrão isolado simples. A observação microscópica do tecido cerebral herniado identificou córtex cerebral, células piramidais, com alguns neurônios necróticos e outros vacuolizados mais meninges bem vascularizadas e congestas. A cirurgia realizada se mostrou simples e eficaz, uma vez que o procedimento cirúrgico ocorreu sem dificuldades e sem complicações trans e pós-operatórias, dando credibilidade aos autores que relatam que o tratamento cirúrgico realizado em humanos pode ser utilizado em cães.

12 de dez. de 2010

PREMIAÇÃO NO IX CONGRESSO BRASILEIRO DE CIRURGIA E ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA

CATEGORIA NEUROCIRURGIA (1º LUGAR) "TRATAMENTO CIRÚRGICO DE MENINGOENCEFALOCELE CONGÊNITA EM CÃO – RELATO DE CASO" Autores: BRUNO MARTINS ARAÚJO; CÁSSIA REGINA OLIVEIRA SANTOS; VALDEMIRO AMARO DA SILVA JUNIOR; MICHELE SUASSUNA AZEVEDO; AMANDA CAMILO SILVA; MARCELLA LUIZ DE FIGUEIREDO e EDUARDO ALBERTO TUDURY - UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

CATEGORIA NEUROCIRURGIA (2º LUGAR) "TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO EM UM GATO E 28 CÃES ATENDIDOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA. ESTUDO PROSPECTIVO" Autores: CAROLINA GARROTE VIANNA e MÔNICA VICKY BAHR ARIAS
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

7 de dez. de 2010

CARCINOMA SÓLIDO DE GLÂNDULA MAMÁRIA COM METÁSTASE EM MEDULA ESPINHAL

Ana Paula Iglesias Santin, Veridiana Dignani Moura, Naida Cristina Borges, Severiana Cândida Mendonça Cunha Carneiro, Denise Caroline Toledo, Regiani Nascimento Gagno Porto
Ciência Animal Brasileira, Vol. 10, No 4 (2009)

RESUMO


Neoplasias mamárias são comuns entre as fê­meas caninas e os carcinomas, dentre as formas malignas, ocorrem com maior frequência, particularmente o tipo sólido. Estes podem apresentar-se pequenos e incipientes à macroscopia, contudo são invasivos e pouco diferenciados, com possibilidade de produzir metástases que comprometem a sobrevida do animal. Assim, descreve-se o caso de uma cadela, da raça Fila Brasileiro, de seis anos, que apresentou tetraplegia consequente à metástase medular cervical de carcinoma sólido mamário.

2 de dez. de 2010

Revisão anatômica do seio venoso sagital dorsal no crânio de cães braquicéfalos

Thaís Fernanda S. Machado, Cássio Ricardo A. Ferrigno; Ângelo João Stopiglia; Ana Carolina B.C.F. Pinto

Pesq. Vet. Bras. vol.27 no.5 Rio de Janeiro May 2007

Os seios venosos do crânio realizam a drenagem do cérebro e da medula espinhal, a fim de manter a homeostasia e o perfeito funcionamento do sistema nervoso central. Lesões na rede venosa cerebral podem causar déficits severos tais como hemiplegia, hemorragia, coma e morte. Os seios venosos são importantes pontos de referência para a realização de técnicas cirúrgicas de acesso ao cérebro. Este estudo visou analisar o trajeto do seio venoso sagital dorsal no crânio de cães braquicéfalos. Os animais braquicéfalos possuem crânios curtos e com características biométricas específicas. Foram utilizados 8 crânios de cães da raça Boxer, que foram submetidos à injeção de látex com pigmento corado e sulfato de bário. Após a perfusão, foram feitas radiografias contrastadas e imagens de tomografia computadorizada para relacionar o seio venoso com a estrutura óssea e dimensões relativas da calota craniana. Os crânios apresentaram índice cefálico (IC) médio de 91,24±8,34mm e índice crânio-facial (ICF) médio de 2,89±0,23mm. As mensurações do seio venoso sagital dorsal, relativas à calota craniana, apresentaram os seguintes valores médios: Área = 10,18±4,69mm2; D1 = 11,84±2,35mm; D2 = 19,57±2,61mm; D3 = 17,88±2,31mm; D4 = 25,32±5,68mm; e D5= 24,84±4,40mm.

1 de dez. de 2010

Spinal cord injury I: A synopsis of the basic science

Aubrey A. Webb, Sybil Ngan, and J. David Fowler
Can Vet J. 2010 May; 51(5): 485–492.

Substantial knowledge has been gained in the pathological findings following naturally occurring spinal cord injury (SCI) in dogs and cats. The molecular mechanisms involved in failure of neural regeneration within the central nervous system, potential therapeutics including cellular transplantation therapy, neural plasticity, and prognostic indicators of recovery from SCI have been studied. This 2-part review summarizes 1) basic science perspectives regarding treating and curing spinal cord injury, 2) recent studies that shed light on prognosis and recovery from SCI, 3) current thinking regarding standards of care for dogs with SCI, 4) experimental approaches in the laboratory setting, and 5) current clinical trials being conducted in veterinary medicine. Part I presents timely information on the pathophysiology of spinal cord injury, challenges associated with promoting regeneration of neurons of the central nervous system, and experimental approaches aimed at developing treatments for spinal cord injury