20 de abr. de 2007

QUAL O SEU DIAGNÓSTICO? RESPOSTA

Felipe Purcell de Araújo
Méd. Veterinário Residente II
Clínica-Cirúrgica de Animais de Companhia da U.E.L.

O que está acontecendo com essa gatinha é o que a literatura chama de “caminhar espinhal”. Como o próprio nome diz, é um caminhar involuntário gerado por uma atividade reflexa segmentar da medula espinal, ou seja, a informação nervosa que permite a movimentação dos membros pélvicos não é consciente (não chega ao córtex cerebral), ela se limita apenas à porção da medula espinhal responsável pelas vias reflexas da ambulação destes membros. Por isso o proprietário cita que o animal caminha de “forma esquisita” e descreve bem o quadro dizendo que os membros pélvicos (“inconscientemente”) parecem acompanhar a movimentação dos membros torácicos. A prova da ausência de consciência do animal diante da movimentação dos seus membros é a ausência da dor profunda durante o exame neurológico. Segundo os autores o que explica e possibilita o CAMINHAR ESPINHAL é a plasticidade do tecido nervoso e a integridade dos segmentos medulares onde se origina a inervação da musculatura dos membros pélvicos. A pesar de ser muito animador para o proprietário ver o seu animal se movimentando após semanas de paralisia, esse deve ser informado que o prognóstico para o retorno à locomoção inteiramente normal é desfavorável.

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