5 de out. de 2007

RESPOSTA - QUAL O SEU DIAGNÓSTICO - DO DIA 25/09

1) O paciente tem uma síndrome toracolombar grau 4, lembrando que nas lesões toracolombares a classificação em graus auxilia na escolha do tratamento e reavaliações posteriores. Os graus são:
–1. dor em coluna
–2. ataxia, diminuição da propriocepção
–3. paraplegia
–4. paraplegia com retenção ou incontinência urinária
–5. idem 4 e perda da sensibilidade profunda
2)Em pacientes com grau 1 e 2 o tratamento médico (repouso e anti-inflamatórios) pode ser eficaz e caso haja recidiva de dor ou ataxia recomenda-se tratamento cirúrgico.
Em pacientes nos graus 3, 4 e 5 é indicado o tratamento cirúrgico. Ainda há controvérsias quanto a melhor forma de tratamento cirúrgico, mas vários autores concordam que a cirurgia descompressiva é benéfica e promove recuperação mais rápida em 60 a 95% dos casos.
As opções de tratamento cirúrgico descompressivo são hemilaminectomia, minihemilaminectomia ou pediculectomia. Em cães com DDIV grau V, apenas 7% dos casos se recuperaram com o tratamento médico. Essa diferença sugere que o tratamento cirúrgico deva prevalecer e ser associado ao tratamento conservador principalmente nos casos severos
No caso em questão realizou-se a hemilaminectomia para retirada do material que encontrava-se dentro do canal comprimindo a medula espinhal, associada à fenestração do disco afetado.
3) Prognóstico
O prognóstico depende de fatores como a duração dos sinais clínicos, duração do início dos sinais clínicos e qualidade dos cuidados realizados no período pós-operatório, mas a remoção cirúrgica do material extruso parece ter correlação direta com a recuperação.
Para os graus 1 e 2 o resultado do tratamento médico na maioria das vezes é bom
Para os graus 3 e 4 o resultado do tratamento cirúrgico é bom
No grau 5, para o tratamento cirúrgico realizado até 48 horas após o início dos sintomas há 50 % chance de retorno à deambulação

A ordem de recuperação esperada é:
  • inicialmente o retorno da sensibilidade superficial e do controle da micção, seguido da movimentação dos membros posteriores e por último o retorno da propriocepção. O tempo estimado para ocorrer a recuperação total pode variar de uma semana a dois meses, podendo o animal ficar atáxico, mas com controle da micção.

No filme abaixo pode-se ver o primeiro retorno, no qual o animal não tem propriocepção, seguido das avaliações posteriores, quando o animal caminha, porém com ataxia.

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