3 de set. de 2007

Resposta qual o seu diagnóstico do dia 30/08

Respostas corretas de Daniella Godói e Victor José Vieira Rossetto, discentes do 5o ano de Veterinária na UEL, e Felipe Purcell, residente no HV/UEL

1) Descreva as anormalidades encontradas:
Podem ser identificadas proliferações ósseas (osteofitos) ventrais aoo corpo das vertebras L1, L2, L3, L4, L5, L6 e L7, sendo que entre as vertebras L1-L2, L2-L3 e L6-L7 estas projeções se fundem formando pontes ósseas, caracterizando-se uma doença degenerativa conhecida como espodilose deformante.

2) considerando os achados do exame neurológico, a raça e a idade, qual o significado das alterações radiográficas?
Não há relação clínica entre os achados radiográficos e a apresentação clínica do paciente. O paciente apresenta uma síndrome toracolombar e as alterações radiográficas são identificadas em toda a coluna lombar, assim, os sinais neurológicos não são compatíveis com os sinais radiográficos. Apesar de Gwendolyn e colaboradores afirmarem em estudo publicado recentemente que PODE existir relação entre DDIV do tipo II e espondilose deformante, o animal em questão além de não apresenta outros sinais radiográficos sugestivos dessa doença (como diminuição do espaço intervertebral), e não demonstra dor durante a palpação da coluna toracolombar, sugerindo que a DDIV não é a causa dos sinais neurológicos presentes.

3)Que exames são necessários para investigar as causas potenciais destes sintomas?
É necessário descartar outras causas de compressão da medula espinhal, realizando mielografia (disponível em vários centros), ou tomografia computadorizada ou ressonância magnética da região toracolombar. Também é preciso descartar causas inflamatórias e infecciosas a partir da análise do LCE (líquor).

4)Qual a sua suspeita principal?
Á mielopatia degenerativa, pois o paciente possui resenha clinica, histórico e exame neurológico compatíveis com esta doença. O diagnóstico ante-morte é feito por exclusão de outras causas de doenças crônicas progressivas que afetam a medula espinhal. É comum Raças grandes e principalmente o Pastor Alemão apresentarem várias doenças ortopédicas e neurológicas concomitantemente, como displasia coxofemoral, espondilose deformante, síndrome da cauda equina ou doença de disco tipo II , dificultando o diagnóstico definitivo de mielopatia. Na análise do LCR de cães com mielopatia pode ser encontrado aumento da concentração de proteínas sem aumento da contagem de células. A mielografia pode estar normal ou apresentar imagens compatíveis com doença de disco. A confirmação definitiva de mielopatia degenerativa, contudo, é realizada por meio do exame histopatológico.


LEITURA SUGERIDA


J Vet Intern Med. 2006 Jul-Aug;20(4):927-32.Daily controlled physiotherapy increases survival time in dogs with suspected degenerative myelopathy.Kathmann I, Cizinauskas S, Doherr MG, Steffen F, Jaggy A.

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