30 de ago. de 2007

QUAL O SEU DIAGNÓSTICO?



Este Pastor Alemão de 9 anos de idade foi trazido para atendimento por apresentar ataxia há um mês e que está progredindo para paraparesia há dois dias.




No exame neurológico constata-se ataxia de membros pélvicos, paraparesia, diminuição da propriocepção nos membros posteriores, nervos cranianos normais, reflexos aumentados no membros posteriores, reflexo perineal normal, sensibilidde superficial preservada, panículo aumentado acima de T12, sem dor à palpação de vértebras torácicas e lombares.

A radiografia abaixo foi então realizada.










1) Descreva as anormalidades encontradas.

2) considerando os achados do exame neurológico, a raça e a idade, qual o significado das alterações radiográficas?

3) Que exames são necessários para investigar as causas potenciais destes sintomas?
4) Qual a sua suspeita principal? (responda no teste ao lado)

2 comentários:

  1. Bom galera essa eh a minha tentativa de resposta...
    1) Achados no exame radiografico: Proliferacoes osseas (osteofitos) ventro lateral no corpo das vertebras L1, L2, L3, L4, L5, L6 e L7, sendo que entre as vertebras L1-L2, L2-L3 e L6-L7 estas projecoes se fundem formando pontes osseas, caracterizando-se como espodilose deformante.
    2)A espondilose deformante tem frequentemente pouca importancia clinica, sendo comum em caes idosos,e no exame radiografico deste cao nao ha sinal de compressao medular devido a presenca dos mesmos, sendo assim estes provavelmente nao sao causas potenciais para os sintomas.
    3)Exames necessarios : exame do liquor e cultura (para descartar qualquer alteracao infecciosa), se houver aumento de proteinas eh sugestivo de mielopatia degenerativa, e devemos fazer mielografia para descartar qualquer possivel compressao medular.
    4) Minha principal suspeita seria a Mileopatia Degenerativa, que acomete principalmente a raca pastor alemao nesta faixa etaria, onde os sinais clinicos mais observados sao ataxia e paresia progressiva, e geralmente cursa sem alteracoes radiograficas.

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  2. 1) Concordo com a colega, os sinais radiográficos são compatíveis com espondilose deformante.

    2) Realmente não há nem uma relação clínica entre os achados radiográficos e a apresentação clínica do paciente. Apesar de Gwendolyn e colaboradores afirmarem em estudo publicado recentemente que PODE existir relação entre DDIV do tipo II e espondilose deformante, o animal em questão além de não apresenta outros sinais radiográficos sugestivos dessa doença (como diminuição do espaço intervertebral), ele não demonstra dor durante a palpação da coluna toracolombar, sugerindo que a DDIV não é a causa dos sinais neurológicos presentes.

    3) Acredito ser necessário descartar outras causas compressivas da medula espinhal, realizando ou mielografia, ou tomografia computadorizada ou ressonância magnética da região toracolombar. Também é preciso descartar causas inflamatórias e infecciosas a partir da análise do LCE. Em um estudo retrospectivo (entre 1989 - 2003) realizado na universidade de Berne, foram avaliados 50 cães que apresentaram sinais clínicos compatíveis com mielopatia degenerativa, onde apenas 2 tiveram aumento da concentração de proteína sem alteração na quantidade de células (dissociação albuminocelular).

    4) Também fico com a suspeita de mielopatia degenerativa, pois o paciente possui resenha clinica, histórico e exame neurológico compatíveis com esta doença. O diagnóstico ante-morte é feito por exclusão de outras causas de doenças crônicas progressivas que afetam a medula espinhal. Só é possível fechar o diagnostico realizando exame histopatológico pós-mortem.

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