6 de ago. de 2008

MAIS SOBRE CAMINHAR ESPINHAL

Este gatinho sofreu um trauma dia 10/06. Apresentou paraplegia e na radiografia simples não constatou-se fratura ou luxação. No vídeo são mostradas as avaliações subseqüentes. Comente as alterações e explique porque este caminhar é espinhal e não voluntário.



Um comentário:

  1. No exame clínico foi constatado reação tátil negativa dos membros posteriores, indicando inviabilidade eferente do NMS, impossibilatando o reposicionamento do membro.A ausência de propriocepção distal no trem posterior também indica lesão eferente, corroborada pela presença do reflexo extensor cruzado, que quando presente evidencia a ausência da inibição contalateral, a qual provém de tratos descendentes da medula.Outro sinal clínico perceptível foi a insensibilidade a dor profunda, condizente com os sinais observados.
    O andar espinhal esta presente nesse caso, pois um animal quando paralisado pode paracer dar alguns passos embora não haja movimento voluntário ou percepção consciente da posição do membro.Este andar espinhal é causado pela atividade reflexa espinhal hiperativa, e pode ser observado mesmo quando a medula espinhal esta rompida, desde que os caminhos para os reflexos dos membros posteriores estejam intactos.Suspeita-se que os brotos de axônios aferentes e internunciais preencham os locais das sinapses que ficariam vazias dos NMS degenerados.Consequentemente, quando o reflexo é solicitado, os impulsos provenientes dos axonios brotados estimulam o neurônio motor inferior em diferentes intervalos de tempo, justificando a hiperreflexia dos membros posteriores observados no paciente felino.O reflexo é brusco e frequentemente se repete em séries referidas, como ocorre no clônus.Um reflexo espinhal exagerado frequentemente traduz a presença de uma lesão acima do nivel do reflexo.


    Rafael Muller
    Graduando da Faculdade de Veterinária,
    Universidade Federal de Pelotas

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