Blog para publicação de assuntos relacionados à neurologia veterinária
10 de set. de 2007
QUAL O SEU DIAGNÓSTICO?
Estas são as radiografias simples e a mielografia da região cervical do caso do Cocker do dia 05/09. 1) Interprete as radiografias b) Quais as opções de tratamento? c) qual o prognóstico, dependendo de cada tipo de tratamento?
1) Na radiografia simples não é possível afirmar se existe ou não diminuição de espaços intervertebrais ou algum outro sinal de DDIV. Existe na verdade a falsa impressão que o espaço L3-L4 está diminuído comparado com os outros, porém se relacionarmos a localização deste estreitamento e os sinais neurológicos eles não serão compatíveis, a não ser que existam 2 lesões, onde a mais caudal esteja sobrepondo os sinais da mais cranial. Já a mielografia nos mostra com clareza a origem dos sinais neurológicos do paciente, ou seja, uma estrusão do disco localizada no espaço intervertebral L6-L7. Nesta região estão localizadas as primeiras raízes nervosas espinhais que formam o plexo braquial. Como o animal apresenta sinal de raiz no membro torácico esquerdo, podemos afirmar que o material “herniado” além de atingir ventralmente a medula espinhal, está causando compressão lateral esquerda envolvendo assim a raiz nervosa e desenvolvendo o referido sinal. Para tentar confirmar esta afirmação é necessário avaliar a vista ventro-dorsal da mielografia.
B e C) Alguns autores classificam a DDIV cervical em 3 graus: No primeiro o animal apresenta apenas dor cervical, no segundo o paciente além de dor se apresenta com ataxia nos quatro membros e no terceiro e ultimo grau o paciente apresenta tetraplegia. Seguindo esta classificação, os pacientes que chegam na clinica com histórico de primeiro episódio de dor cervical, ou seja, aqueles que se enquadram no primeiro grau, podem ser tratados clinicamente com antiflamatório e repouso absoluto por aproximadamente 6 semanas, porém a recidiva dos sinais pode ocorrer nestes pacientes (bom prognostico). Caso o paciente só apresente dor cervical, mas este sinal vem recidivando mesmo com o tratamento clinico, a cirurgia descompressiva (Ex. Slot ventral) é a única indicação. Nos animais do segundo e terceiro grupos a indicação também é exclusivamente cirúrgica, onde o prognóstico vai depender do grau de comprometimento neurológico. Os animais que apresentam apenas ataxia e déficits proprioceptivos leves tem melhor prognostico comparados com os animais que se apresentam sem controle da micção e com ausência de dor profunda.
Obs. Outras opções de cirurgia descompressivas da região cervical são: Laminectomia e hemilaminectomia, estas são realizadas por uma abordagem dorsal.
1) Na radiografia simples não é possível afirmar se existe ou não diminuição de espaços intervertebrais ou algum outro sinal de DDIV. Existe na verdade a falsa impressão que o espaço L3-L4 está diminuído comparado com os outros, porém se relacionarmos a localização deste estreitamento e os sinais neurológicos eles não serão compatíveis, a não ser que existam 2 lesões, onde a mais caudal esteja sobrepondo os sinais da mais cranial.
ResponderExcluirJá a mielografia nos mostra com clareza a origem dos sinais neurológicos do paciente, ou seja, uma estrusão do disco localizada no espaço intervertebral L6-L7. Nesta região estão localizadas as primeiras raízes nervosas espinhais que formam o plexo braquial. Como o animal apresenta sinal de raiz no membro torácico esquerdo, podemos afirmar que o material “herniado” além de atingir ventralmente a medula espinhal, está causando compressão lateral esquerda envolvendo assim a raiz nervosa e desenvolvendo o referido sinal. Para tentar confirmar esta afirmação é necessário avaliar a vista ventro-dorsal da mielografia.
B e C) Alguns autores classificam a DDIV cervical em 3 graus: No primeiro o animal apresenta apenas dor cervical, no segundo o paciente além de dor se apresenta com ataxia nos quatro membros e no terceiro e ultimo grau o paciente apresenta tetraplegia.
Seguindo esta classificação, os pacientes que chegam na clinica com histórico de primeiro episódio de dor cervical, ou seja, aqueles que se enquadram no primeiro grau, podem ser tratados clinicamente com antiflamatório e repouso absoluto por aproximadamente 6 semanas, porém a recidiva dos sinais pode ocorrer nestes pacientes (bom prognostico). Caso o paciente só apresente dor cervical, mas este sinal vem recidivando mesmo com o tratamento clinico, a cirurgia descompressiva (Ex. Slot ventral) é a única indicação. Nos animais do segundo e terceiro grupos a indicação também é exclusivamente cirúrgica, onde o prognóstico vai depender do grau de comprometimento neurológico. Os animais que apresentam apenas ataxia e déficits proprioceptivos leves tem melhor prognostico comparados com os animais que se apresentam sem controle da micção e com ausência de dor profunda.
Obs. Outras opções de cirurgia descompressivas da região cervical são: Laminectomia e hemilaminectomia, estas são realizadas por uma abordagem dorsal.